Teologia para que?

Autor: Edvaldo Fernandes Rosa

A Escola de Frankfurt (1924) intuiu que a religião nas mentes e nos países desenvolvidos acabaria em pouco tempo. Cinquenta anos depois, Habermas viu a necessidade de afirmar que enquanto a filosofia não pudesse dar conta de responder a certas questões, a religião e o religioso teriam lugar na sociedade.
O final do século 20 viu um reavivamento espiritual com a disseminação de práticas que remetiam à Idade Média. A conexão com a natureza, os exorcismos e a venda de penduricalhos não remetem a uma sociedade racionalizada cuja ideia de Deus é ultrapassada, e Ele estaria, portanto, morto.

A pós-modernidade e seu relativismo colocou todas as verdades no mesmo pé de igualdade. Isso é uma janela de oportunidades para a Teologia, na Academia e na sociedade, pois permite que ela, a Teologia, ofereça sua perspectiva e resposta às questões contemporâneas, tanto internas à própria religião - o seu gueto - quanto para a sociedade como um todo.

O debate acadêmico entre ateus e religiosos, com argumentos mais apurados e sutis faz com que o tema esteja posto, cabendo aos teólogos apresentar e oferecer seus argumentos e perspectiva sobre os rumos que a sociedade precisa tomar. Na comunidade local, na pessoa do pastor-teólogo desta e para esta comunidade; e na sociedade em geral, o pastor-teólogo que representa essa comunidade.

Nos noticiários diários economistas, políticos, psicólogos, sociólogos, filósofos e outros tentam dar sentido à realidade. Cabe à Teologia oferecer também resposta à corrupção, à violência, aos refugiados, à justiça social, à ética e a moral, às famílias, aos direitos humanos, ao enriquecimento e ao aquecimento global, pois fazemos parte deste mundo e desta sociedade com seus problemas.

*Pastor da IB Itaberaba. É 2º vice-presidente da OPBB-SP